BR DISTRIBUIDORA - Resultados no 1º Trimestre/2018
Neutro, com Menores Volumes e Robusto EBITDA
A BR Distribuidora divulgou seus resultados do 1T18 com números mistos. Apesar dos volumes menores, os preços mais altos permitiram uma receita líquida mais forte.
No segmento de Varejo, a empresa apresentou forte queda nas vendas do ciclo otto, trimestre contra trimestre, e uma redução no número de postos de combustíveis ativos, proporcionando o desempenho mais fraco entre os segmentos da empresa.
O B2B apresentou uma forte redução nas despesas operacionais e menores volumes devido à redução nas vendas de diesel e óleo combustível para usinas termelétricas. Destacamos o desempenho do segmento de aviação, mais uma vez apresentando margens muito fortes.
Em Outros Negócios, apesar dos menores volumes, a alta nos preços do carvão levou a um resultado surpreendentemente forte.
Varejo.
Apesar da redução de volumes no ciclo otto (-1,8% ano contra ano e -7,4% trimestre contra trimestre), o segmento Varejo aumentou sua receita em 12,2% a / a, sustentado por maiores preços. A margem EBITDA atingiu R $ 99, influenciada pelo aumento do CPV, SG & A e pior mix, devido à maior participação das vendas de etanol.
Surpreendeu-nos negativamente o declínio no número de postos de combustíveis ativos (-15 trimestre contra trimestre), embora a cifra de 259 nos últimos doze meses não seja tão decepcionante.
Principais Clientes
O B2B apresentou menores volumes (-2,6% ano contra ano, -12% trimestre contra trimestre), principalmente devido à redução nas vendas de diesel e óleo combustível para usinas termelétricas. No entanto, a receita líquida aumentou 11% devido a preços mais altos.
Uma forte redução nas despesas operacionais (-29%), principalmente de fretes e pessoal, ajudou o EBITDA a atingir R $ 152 milhões, + 7,8%, tornando este um trimestre forte para o segmento B2B e proporcionando uma margem EBITDA de R $ 61, + 11% y / y.
Aviação.
A aviação postou, mais uma vez, os números mais fortes do trimestre. A receita líquida aumentou 22% ano contra ano e 6% trimestre contra trimestre, com base em preços mais altos e maiores volumes.
A taxa de câmbio favorável e margens mais altas nos contratos mais novos levaram a um aumento de 20% no lucro bruto. A margem EBITDA também ficou forte em R$ 91, + 66% no trimestre e -19% aa (embora devamos ressaltar que o 4T17 apresentou margens extraordinariamente maiores).
Outras empresas (produtos químicos, energia e asfalto).
O volume decresceu 2% a/a e 13% no trimestre, principalmente devido às menores vendas de coque, afetadas pela menor disponibilidade do produto no período.
No entanto, margens mais fortes (devido ao aumento do preço do carvão no mercado internacional) sustentaram uma alta de 26% aa no lucro bruto. A combinação desse resultado e a redução nas despesas operacionais (-8% aa) resultaram em um EBITDA muito forte, de R $ 128 milhões, + 56% a / a.
Opinião do analista.
A BR Distribuidora apresentou resultados neutros com um volume decrescente, embora os preços de suporte mantenham as receitas. O melhor resultado financeiro, sustentado por menores taxas Selic e menor endividamento líquido, aliado a menores despesas operacionais, gerou um EBITDA 20% maior ano contra ano (embora 13% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, ambos devido a efeitos sazonais e temas específicos).
Em suma, um trimestre que mostra a continuidade do processo de recuperação, embora algumas preocupações com relação ao crescimento dos volumes devam ocorrer aos investidores.
Mantemos nossa recomendação de Market Perform e o preço-alvo de R$ 23,00 para o ano de 2016.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do resultado da BR DISTRIBUIDORA no 1º trimestre/2018, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Senior